quarta-feira, 20 de maio de 2009

" Amo como ama o amor "


Não se preocupem! Não me atreveria a definir o amor por aqui. Até porque, acho eu, ser ele um sentimento meio que "indefinível"(céus! essa palavr existe?).
No entanto, antes de mais nada, preciso deixar claro que, pra mim, a maior demonstração de amor é que Deus deu seu filho único numa cruz por nós, sendo nós ainda pecadores. E isto é fato! Mas, como em todas as áreas, Deus SEMPRE excede as espectativas, tratarei aqui apenas do amor entre nós, meros mortais.


Meu intuito não é diagnosticar o que é amor verdadeiro e o que deixa de ser, afinal cabe a cada um saber o que sente . E cabe aos outros acreditar ou não. O fato é que além do amor, existe a problemática do " como demonstrar amor" e lembro de ter aprendido um pouquinho sobre isso quando estudei as tais "linguagens do amor".
Muitas vezes nos deparamos com situações do tipo " aquele pilantra não te ama!Vc acha q isso é amor?" , ou " Tá te enchendo de presentes? Ih! Tá querendo te comprar". Existem ainda as filosofias derivadas de músicas como: " quando a gente gosta é claro que a gente cuida" e por aí vai. Um verdadeiro repertório de ilustres filósofos de butequim que pretendem fazer de suas palavras a completa definição do que é o amor e de como amar.

O fato é: Existem diferentes tipos de amor: Eros, Philia, Storge,Ágape...todos são nomes derivados da mitologia que expressam respectivamente o amor sexual , o amor a nível de amizade, amor entre familiares e o amor incondicional de Deus por nós. Mas a questão que torna as coisas realmente confusas é que existem diferentes maneiras de demonstrar amor! E esse é o objetivo do meu post de hoje.

As diversas formas de mostrar que se ama são chamadas de linguagens do amor. Elas são cinco:
1- Toque
2- Tempo de qualidade
3- Palavras
4- Ações de serviço
5- Presentes.

A questão toda deve ser encarada como se essas linguagens fossem verdadeiros idiomas, porque na prática é assim que funciona.Alguns adoram dizer EU TE AMO sempre. Outros não. Mas as pesssoas que o fazem tem como "idioma" a linguagem das palavras. Esse é o jeito desse tipo de pessoa de demonstrar amor.Falando. Geralmente, eles não percebem que a pessoa amada possa preferir um carinho ou outra coisa. Ele ama e transmite seu amor nesse idioma. Infelizmente, aquele que é amado , quase sempre, fala outra língua. E daí surgem os problemas de relacionamento!(rs)

Uns amam atráves de presentes, e nao significa que querem comprar alguém! É o jeito que encontram de mostrar seu sentimento. O problema é que quem "fala" de uma maneira, só entende dessa maneira . Então, quando o parceiro vem "falando" em linguagem diferente, a pessoa não entende, acha que não é valorizada ou correspondida e tudo mais.

Existem aqueles que apreciam um bom tempo junto, o chamado tempo de qualidade, onde há conversa, troca de experiências, etc. Outros gostam de tocar. Demonstram seus sentimentos em carinhos que nunca acabam e não se cansam disso! Ainda tem uns que preferem mostrar o que sentem atráves de ações pela pessoa que se ama.
Todas as linguagens, querem, no fim das contas, dizer o mesmo eu te amo que aquele que tem o
idioma das palavras diz na maior naturalidade. Nenhuma língua é melhor ou pior. São apenas maneiras diferentes de expressar a mesma coisa. Afinal, que graça teria a vida se todos fôssemos iguais?

Fica a dica: Se cada um fala uma línguagem, fica óbvio que também só entende nessa linguagem. Então, tentem explorar a maneira de amar dos seus amados e assim transmitir o seu amor na linguagem deles, pra que eles possam compreender e por fim, se sentirem amados de verdade.

Pra terminar, deixo com vocÊs uma mensagem de Fernando Pessoa que me emprestou o título do post

"Amo como ama o amor. Não conheço nenhuma outra razão para amar senão amar. Que queres que te diga, além de que te amo, se o que quero dizer-te é que te amo?"

Um big beijo,
a Bléia de sempre!

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Miscigenação

Hoje, na faculdade, coisas simples como conversas e sorrisos me fizeram lembrar o saudoso tempo de escola. Tempo em que ser feliz é o que importa, em que amizades eternas são traçadas e em que se consegue perceber a beleza nas coisas simples da vida. Beleza essa que deixa de ser apreciada conforme agente cresce e o tal do tempo se vai...
O engraçado é perceber que por mais que não tenhamos mais aquela visão pura de criança sobre a vida, conseguimos preservar muito daquilo que nos foi imposto como fato absoluto quando éramos pequenos.

Como exemplo disso lembrei de uma coisa que li num livro de "estudos sociais" lá nos primórdios do primário! O assunto da aula era a variação de culturas e raças que há nesse Brasilzão de meu Deus e havia um quadrinho no livro que falava sobre os frutos das misturas de raças. Esse quadrinho dizia exatamente assim:

BRANCO + NEGRO = MULATO
NEGRO + ÍNDIO = CAFUSO
ÍNDIO + BRANCO = CABLOCO

Passaram-se anos desde que li isso e tal informação se disseminou de tal maneira sobre mim que até hoje tenho isso como verdade absoluta na minha vida. Em algumas discussões étinicas me pego afirmando sobre tais miscigenações simplesmente porque em algum momento da infância li aquilo num certo livro e tal observação me foi imputada de tal modo que se tornou uma forma de julgo sobre qualquer pessoa que use um diferente termo para definir tais misturas.
Quando me dizem:" Ei Gabi, vc é morena! " Eu digo: " Sim, posso ter a cor morena, mas eu sou é mulata. Porque meu pai é branco e minha mãe é negra"
E por aí vai..., se dizem " Fulano é um mulato bonito", eu digo " Vc não pode afirmar. Sabe-se lá se ele é filho de branco com negro..."

O fato é :sou mulata, sim. Porque dona Cristina é negra e seu Guilherme é branco.Sou mulata e ponto final! Sou mulata porque li isso na infância e se li, é verdade! rs.

Obviamente, entendo as vertentes da minha miscigenação que surgem de acordo com a minha aparência. Quando estou na casa da minha família por parte de mãe, onde todos são negros, eu sou a sem cor, a amarela, a branca demais. No entanto quando estou com meus familiares paternos, sou a de cor, a moreníssima, a mulatona.
Discordo um pouco do termo " de cor" pois ele é incapaz de definir um grupo específico, já que todos nós, seres humanos, somos de cor. Seja ela branca, negra, amarela ou azul.
Entretanto, é divertido perceber as diferentes classificações recebidas baseado na diferença do ambiente em que se está inserido. Certa vez, minha amiga Mariana me definiu como "MINHA AMIGA PRETA SANSEI". Adorei a criação(rs)! Gostei tanto que ao escrever qualquer coisa pra ela assino como a tal da amiga preta sansei. Tudo isso por que? Para entender o apelido carinhoso, é necessário que se analise o contexto:a Mári é branca. E sendo comparada a cor dela, sou difinitivamente preta. Além disso, tem a questão dos meus olhos . Esses olhinhos meio puxados. Olhinhos que herdei do meu pai, mas que fazem parte de um grupo de características que me diferenciam dos demais. Que me tornam uma mulata diferente, ou uma preta diferente. Uma preta assim...meio "sansei"...


Analisando tudo isso, acho íncrivel perceber como essas nossas " verdades absolutas" surgem quando não esperamos e se apoderam de nós de uma forma que nos torna inflexíveis a qualquer outra variação da definição em questão. Para mim, essa é a verdade absoluta sobre minha raça e por mais que tracem toda a genealogia da minha família e me mostrem os negros, italianos e portugueses que existiram pra que hoje eu estivesse aqui, a minha definição étinica se baseia num simples fato: Sou filha da minha mãe e do meu pai. E se um é branco e a outra negra...não importa do que me chamem e as denominações que possam surgir com o tempo, nasci mulata e morrerei assim, exatamente como aquela tal música que me define...
" eu nasci assim, eu cresci assim, eu sou mesmo assim,Gabriela..
Sempre Gabriela..."